Tristeza ou depressão: o tênue limiar entre a emoção e a doença!
- Atendimento
- 7 de nov. de 2016
- 2 min de leitura
Segunda é dia da nossa Psicóloga e Colunista no blog - DRA. THAÍS RABANÉA - nos presentear com algumas reflexões e dicas valiosas para a continuidade de nossa vida! Vamos à leitura?

"Percebo que as pessoas têm um pouco de dificuldade em diferenciar tristeza e depressão. Com frequência até chegam a se referir a uma pessoa triste dizendo que ele ou ela está deprimido.
E sabe por que é importante começar a entender a diferença?
Primeiro porque a tristeza é uma emoção primária tão relevante para a vida quanto a alegria, por exemplo. Por não entenderem, as pessoas tendem a evitar a tristeza. Se percebem um amigo (a) triste, logo já querem fazer algo para animar. Como se quisessem livrar a pessoa desta emoção. Mas em equilíbrio, todas as emoções têm o seu propósito e é importante que as pessoas aprendam a lidar com elas. Após uma vivência de perda, todo o nosso organismo (sim, as emoções não são apenas subjetivas, elas são caracterizadas por um conjunto específico de reações fisiológicas) se reorganiza de modo a tentar elaborar a perda.
Por isso perdemos o interesse momentâneo pelas coisas e queremos ficar mais no nosso cantinho. Tudo bem, precisamos mesmo deste tempo para nos adaptarmos a uma perda e até mesmo para adquirirmos sabedoria. A tristeza pode nos impulsionar a reflexões e insights sobre as experiências vividas. Grandes escritores e poetas que deixaram como maior legado para a humanidade a sua obra, revelaram em suas biografias a riqueza que extraíram dos momentos de tristeza.
Segundo porque depressão é uma doença. Infelizmente, apesar de todo o movimento dos profissionais de saúde mental, ainda as pessoas que sofrem com o transtorno, enfrentam muitos preconceitos. Se a tristeza é uma emoção caracterizada por determinadas reações fisiológicas, a depressão é um desequilíbrio no funcionamento do sistema nervoso central. Tristeza e depressão podem ser muito parecidas, mas na depressão, o humor depressivo permanece por um período maior de tempo e causa prejuízos funcionais na vida da pessoa afetada, comprometendo trabalho, estudo e relações interpessoais. Só um profissional de saúde mental pode fazer o diagnóstico diferencial.
Embora seja tênue o limiar entre a emoção que nos move em direção ao aprofundamento existencial e o transtorno mental que compromete o nosso bem-estar, é fundamental sabermos distinguir, tanto para respeitarmos devidamente a emoção quanto a doença."
Dra. Thais Rabanea: Bacharel em Psicologia e formação em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP. Especialização em Neuropsicologia pelo Centro de Diagnóstico Neuropsicológico - CDN. Treinamento em Terapia Cognitivo-Comportamental pelo Beck Institute for Cognitive Behavior Therapy; e em Reabilitação Cognitiva Assistida por Computador pelo NeuroScience Center of Indianapolis - NSC. Membro da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia. Mestre em Psiquiatria e Psicologia Médica e Doutoranda pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP. Pesquisadora no Laboratório Interdisciplinar de Neurociências Clínicas da UNIFESP. Professora no Curso de Especialização em Neuropsicologia do CDN: Módulo de Neuropsicologia e Psiquiatria. Revisora especialista em periódicos científicos internacionais. Membro do corpo editorial da Acta Psychopathologica, Delaware, EUA.
תגובות