Fome emocional: como superar um dos maiores vilões da dieta alimentar
- Atendimento
- 29 de ago. de 2016
- 3 min de leitura
Segunda é dia da nossa amada coluna com a Dra. Thais Rabanea, Psicóloga que atende também no KAJH! Vamos lá?

"Você tem fome de que? Já parou para pensar nisso? Nem sempre é de comida que precisamos ou queremos de fato. Aquele entusiasmo que um dia sentimos por um novo projeto, trabalho ou relacionamento, de repente é abalado por uma decepção. A disposição inicial é substituída por um desânimo, uma espécie de esvaziamento de sentido. Esta sensação de vazio provoca uma angústia incômoda que impele a busca por recursos que nos livrem ou ao menos amenizem tamanho desconforto. E dentre os inúmeros artifícios que o ser humano contemporâneo utiliza com tal finalidade, a comida ainda se destaca. Assim, comemos para sentir o prazer que perdemos; comemos para preencher o vazio do que já não mais temos ou que achamos que jamais teremos.
Cada um de nós sabe o tamanho e a profundidade de nossos buracos existenciais. Estar na vida, embora potencialmente gratificante, é um desafio permanente. Ninguém sai ileso de suas batalhas individuais, as quais, inevitavelmente, deixam as suas feridas. E por favor, seja mais compreensivo consigo mesmo. Procure entender os seus motivos ao invés de se culpar. Quando somos bebês, após o nascimento sentimos uma série de desconfortos que até então desconhecíamos: cólicas, frio, fome, dentre muitos outros.
A despeito da complexidade e diversidade de suas causas, na maioria das vezes, ao ouvir o choro da criança, a mãe oferece o seio, e com ele, não apenas o alimento, mas o colo, o aconchego e o calor de seu corpo que aliviam muitas outras inquietações além da fome... Então, é natural buscarmos na comida o alívio para os nossos incômodos ao longo da vida. Todavia, este hábito pode trazer consequências maléficas para a nossa saúde emocional e física.
Depois de praticarmos a tolerância com as nossas próprias fragilidades, seguimos adiante em nosso processo de superação da fome emocional, ocupando-nos em desenvolver habilidades para enfrentarmos as adversidades cotidianas. Só superamos a fome emocional quando alimentamos a nossa autoconfiança, e ao invés de autodestrutivos, tornamo-nos criativos, perseverantes e estratégicos. Lutamos para conquistar o que é importante para nós; empenhamo-nos em concretizar nossas metas; e buscamos novas oportunidades ou nos damos novas chances quando algo já não é mais possível.
Nossa alma também tem fome: fome de otimismo, fome de propósito, fome de inspiração e fome de amor. Mas nenhuma delas é saciada pela comida. Aprenda a reconhecer a fome emocional e pratique este exercício diariamente. Dia após dia, você se tornará mais apto em nutrir verdadeiramente a sua vida.
Uma ótima semana!
Um grande beijo."
Dra. Thais Rabanea: Bacharel em Psicologia e formação em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP. Especialização em Neuropsicologia pelo Centro de Diagnóstico Neuropsicológico - CDN. Treinamento em Terapia Cognitivo-Comportamental pelo Beck Institute for Cognitive Behavior Therapy; e em Reabilitação Cognitiva Assistida por Computador pelo NeuroScience Center of Indianapolis - NSC. Membro da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia. Mestre em Psiquiatria e Psicologia Médica e Doutoranda pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP. Pesquisadora no Laboratório Interdisciplinar de Neurociências Clínicas da UNIFESP. Professora da disciplina "Psicoterapias" no curso de graduação em Medicina da UNIFESP. Professora no Curso de Especialização em Neuropsicologia do CDN: Módulo de Neuropsicologia e Psiquiatria. Revisora especialista em periódicos científicos internacionais. Membro do corpo editorial da Acta Psychopathologica, Delaware, EUA.
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